A Importância de Eu Não Sou Seu Negro (2016)

Plaz Mendes
2 min readApr 6, 2018

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O racismo não é um fantasma que precisamos esconder em nossos armários da história. Ele continua presente, seja aqui no Brasil ou em quaisquer partes do mundo. O cinema como forma de arte e de resistência tem ganhado fôlego nesses últimos anos com filmes, séries e documentários a partir dessa temática. Entre eles podemos destacar o instigante documentário “Eu Não Sou Seu Negro”

O documentário “Im Not Your Negro” de 2016 dirigido por Raul Peck foi um dos concorrentes ao Oscar desse ano, porém a estatueta ficou com outro. Contudo isso não tira a força desse filme apoiado num manuscrito inacabado de James Baldwin sobre a história de três lideres negros assassinados: Medgar Evans, Malcolm X e Martin Luther King.

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Diante das cenas que permeiam partes do manuscrito temos fotografias, entrevistas com o próprio James Baldwin além de trechos de filmes. Tudo narrado pela indistinguível voz de Samuel L Jackson. O filme embora percorra um período histórico — 1963 a 1968 — é atualíssimo pelas questões levantadas. Brutal não são as cenas e sim os acontecimentos que ainda nos envergonham como humanos. Se existe ao menos um ponto fraco nele seria o pouco caso com a questão da sexualidade de James que é levemente mostrada no documentário. Lembremos que o foco do diretor não é a vida de James Balwin e sim sua relação com os três assassinados.

(Imagem:James Baldwin. Photograph: Allstar/Brittany House Pictures)

Um poderoso documentário para ajudar em nossas reflexões sociais e culturais. No momento atual temos excelentes produções que visam justamente essa temática. Alguns exemplos: Moonlinght (filme); Get Out (filme); Dear People White (série) são apenas alguns que juntamente com esse filme podem nos ajudar a ponderar nossas relações com os outros e quem sabe ainda ter fé no sonho de as pessoas serem julgadas pela sua personalidade e não pela cor de sua pele.

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Plaz Mendes

“O corpo não é uma máquina como nos diz a ciência. Nem uma culpa como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa.” Eduardo Galeano. cmendesthiago@gmail.com